Voltando, esquentando os motores e já acelerando em 2024. Depois de uma pausa maravilhosa com família, amigos, praia e dormidas no meio da tarde, cá estamos!
Seguindo o que a internet inteira está fazendo - principalmente no Linkedin - quero começar o ano com um exercício do que eu imagino que são as principais tendências do que pode acontecer no mundo do conteúdo esse ano. Junto com isso, acho que é importante adotar sempre uma postura de estar em cena e não ficar só como alguém na plateia vendo a banda passar, parafraseando o Chico.
Vou de 3 pitacos, que em tempos de mudanças constantes, incertezas crescentes e ambientes cada vez mais VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo) me parece um bom número.
1.Sim, a IA vêm com tudo (e não está se importando se você gosta ou não)
Já está quase virando clichê ficar falando de IA. É robô pra cá, ChatGPT pra lá, mas a verdade é que tudo levar a crer que esse é um caminho sem volta e que as inteligências artificiais vão estar cada dia mais presentes nas nossas vidas. Seja para otimizar e agilizar coisas, facilitar processos, mas também, como têm previsto o FMI, para deixar muita gente sem trabalho e renda.
Quero mostrar aqui alguns dados que li hoje na Ai.drop, uma news muito legal que vale acompanhar (https://www.aidrop.news/). Eles mostraram que uma pesquisa recente da PwC "revelou que 46% dos CEOs esperam que IA aumente a produtividade de suas empresas no próximo ano. A mesma pesquisa identificou que 25% deles devem reduzir o número de funcionários por causa de IA.". Além disso, ainda na Ai.drop "entre Set'22 e Ago’23, as 50 top ferramentas de IA geraram 24 bilhões de visitas, com crescimento médio mensal de 236,3 milhões de visitas ou uma taxa de 10,7x. O ChatGPT sozinho foi responsável por 14bi de visitas, ou 60% de todo tráfego. Indo além, 63% destes acessos vieram do mobile e os homens foram responsáveis pela maioria (69.5%).
Quando a gente fala de conteúdo e do ofício ao redor dele, já existem muitas e muitas ferramentas que podem agilizar o trabalho de muitas áreas: administração, design, marketing, revisão, tradução, etc etc. Ferramentas que tem a capacidade de agilizar em muito o trabalho. Sugiro vocês olharem essas duas empresas: Nuanxed e Shimmr.
Essa é a parte legal da história˜
Claro que tem a outra discussão, sobre máquinas fazendo o trabalho de humanos. Eu sou do time que acredita que a máquina e homem podem potencializar e multiplicar histórias e não subtrair trabalhos. Como disse a Larissa Caldin, da Primavera Editorial, em uma mesa que dividimos na Flip passada "textos ruins sim vão ser afetados pela IA, mas já seriam de qualquer modo textos ruins". Ou seja, o que é bom é bom, o que toca as pessoas vai continuar tocando. Mas a IA pode ser sim uma ferramenta de potencialização de distribuição e acesso a conteúdos. Respeito quem tem uma visão mais apocalíptica sobre esse tema…eu guardo minhas visões mais pessimistas para a interferência da IA em outras áreas - como as campanhas políticas com deep fake por exemplo - e mantenho um pensamento positivo sobre esse tema 🙂
2.Hiperpersonalização é a chave do engajamento
Já faz alguns anos que a gente saiu do momento onde existia o "X do ano". Esse X pode ser um livro, um filme, um álbum. A internet possibilitou e intensificou os nichos, os microcosmos, as bolhas. De novo, para o bem e para o mal. Mas é fato de que diferentes grupos vão considerar diferentes livros, como o livro do ano. Saímos de uma era de unanimidade, para um tempo de segmentação e comunidade. Nos juntamos com quem tem gostos parecidos com os nossos e moldamos nosso consumo de conteúdo a partir daí. Minha Netflix é diferente da sua, meu Spotify também, meu Skeelo também. Cada um tem seu mundo e quanto mais você consome seu mundo, mais cada um desses apps sabe que mundo é esse e vai te ajudando mais e mais a receber recomendações (incrivelmente) fiéis ao tipo de conteúdo que te interessa. Sounds like magic!
Então acredito muito na intensificação da personalização no consumo de conteúdo, cada vez mais e mais. Olha os metadados aí!
3.Tiktokização do consumo de conteúdo. Fragmentação é a chave
Tiktok não é só dancinha…esse deveria ser o mantra de todo mundo que trabalha com marketing e conteúdo nesse planeta, caso alguém ainda não tenha entendido o quanto o app está moldando a maneira como muita gente - quase toda a Geração Z - tem consumido conteúdo.
Grandes players como a HBO, por exemplo, estão relançando séries inteiras fracionadas em pequenos vídeos no app. No caso deles, como noticiou a Folha de São Paulo, a emissora estreou no último domingo (7) um perfil oficial do seriado na plataforma, e desde então vem publicando nele uma série de vídeos que resumem os episódios das seis temporadas do programa em 25 segundos. O projeto é batizado de "Sopranos in :25" e engloba todos os 86 capítulos da história de Tony Soprano. Se quiser saber mais, clica aqui.
Esse assunto me fascina, falo dele desde 2016. Lá nessa época, quase 8 anos atrás fizemos um experimento do envio de histórias diárias pelo whatsapp.
Um outro exemplo bem interessante e que foi feito já faz alguns anos é o da NYPL (New York Public Library), que transformou clássicos da literatura em stories do Instragram. Você pode conferir no perfil deles, clicando aqui.
Eu fiz uma palestra ano passado sobre o tema e o PPT dela vou compartilhar aqui. Pode usar à vontade, só citar a fonte 🙂
Ou seja, não é sobre o tamanho da história, é sobre como você entrega ela para um mundo onde milhares de empresas disputando a atenção o tempo todo, todos os dias, de bilhões de pessoas.
Claro que muitas outras coisas podem atravessar nosso caminho esse ano e cada vez mais. Mas acredito que essas são 3 tendências que foram crescendo nos últimos anos e que tiveram em 2023 um papel importante no consumo de conteúdo, seja ele qual for, em que formato for.
Vamos conversando ao longo do ano pra saber o quanto isso ganha mais força ou se em algum momento eu vou ter que voltar aqui pra dizer que alguém em algum canto do mundo inventou algo que vai atropelar tudo isso que estamos falando aqui.
Que venha 2024!
Comments