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Ler é interagir!

Ler é interagir!


A gente já ouviu muitas vezes que a leitura é um ato solitário, às vezes até uma maneira de fugir do mundo e se conectar com um mundo de uma história, de uma personagem ou de um universo. Sim, isso é verdade e tem muitas coisas positivas aí!


Mas, não é só isso. Consumir histórias é (muito) sobre interação. Primeiro a mais óbvia delas, com a própria história e tudo que se passa naquelas páginas ou quando você coloca um fone de ouvido para escutar uma delas. Mas a partir daí um mundo de interação se abre, ou pelo menos deveria se abrir. Eu falei de comunidades em um artigo em outubro passado, mas acho que vale falar mais um pouco sobre isso.


Outras mídias já fazem isso muito bem: a gente vai ao cinema com um amigo ou com nosso amor, reúne os amigos pra ouvir música em volta da piscina ou vai no show do nosso artista preferido e participa de grupos para discutir um episódio sobre equilíbrio vida x trabalho de um podcast que a gente ama.


Mas e os livros?

Bom, se você (e espero que sua resposta seja um grande SIMMMM) teve a curiosidade ou o ofício de estar nas últimas bienais do livro, você sabe que o livro é cada vez mais sobre comunidades. O mesmo acontece se você abrir o youtube, o instragram ou o tiktok no seu celular e procurar por alguma hashtag que se relacione com livros.


A gente tem alguns bons exemplos do poder da comunidade e das interações e todos os aspectos sociais dentro do mundo do livro (e vou focar no livro, porque para as outras mídias isso é bem óbvio e claro), vou citar alguns deles:


  • A gente sempre fala no mercado sobre o case Darkside, a capacidade da editora de ter reunido em volta dela uma legião de amantes de gêneros específicos e com isso criar um grupo que não só se interessa, mas compra, lê, interage, lê de novo e compartilha tudo isso. Junto com o case da Darkside, tem o case da Aleph, da Seguinte, da Galera, da Trama, da Alt e de muitas outras! Todas são importantes nessa missão, só quis aqui pontuar algumas delas, sem desmerecer nenhuma outra 🙂


  • As bienais: 10 dias, centenas de milhares de pessoas, reunidas em pavilhões para fazer o que (além de comprar livros)? Conversar sobre livros, interagir, se reunir, se encontrar, conhecer e ser conhecido. A gente pega isso e multiplica por todas as outras feiras que acontecem no país e é mais um grande exemplo de comunidade e interação!


  • Os criadores de conteúdo - antes booktubers, agora tiktokers. Vou partir do pressuposto que você sabe do que se trata, mas vou reforçar: são criadores de conteúdo, voltados ao universo literário e que reúnem dezenas, centenas de milhares de pessoas para falar de: livros. Ler, indicar, resenhar, comentar, conversar…de novo interação e comunidade.


  • Os fenômenos que tivemos alguns anos atrás de "livros de influenciadores". O sucesso de vendas está na comunidade que já existia ao redor deles e que, por serem fãs, compraram os livros. A maioria eram autores estreantes, e mesmo assim venderam muito mais do que muitos autores veteranos. Por que? Comunidade e interação.



Esses são alguns casos pra mostrar o quanto temos hoje um movimento que traz pro livro algo que o livro nunca teve - não nessa magnitude - o movimento de tirar a leitura do individual e levar pro coletivo. Isso é muito muito positivo!


Vou contar um case aqui do Skeelo. Ano passado lançamos nossa gameficação dentro do app, onde os leitores podem fazer certas atividades (entrar no app, ler um ebook, ouvir um audiobook, avaliar um livro) e com isso vão ganhando nozes, que são nossa moeda virtual, para resgatar mais livros. Já são milhares de livros resgatados para ler, porque as pessoas fizeram o que: leram 🙂

Ai no halloween passado, criamos nossa primeira maratona literária, a Skeeloween. Convidamos booktokers para escolherem um livro dessa temática e promover leituras coletivas no app, além de outros desafios, todos ao redor da leitura. Resultado: tivemos recorde histórico de leituras no app do Skeelo. Foco na comunidade = mais leituras.


Tudo isso pra dizer que ler cada vez mais é sobre interagir. Sobre sair de uma atividade solitária (e vista por alguns como algo chato e entediante) para um universo que envolve conversar, trocar experiências, fofocar e interagir mais e mais! Isso é bom pro livro, pros autores, pras editoras, pro mercado como um todo…isso é bom pra nossa missão incansável de formar leitores, desenvolver o hábito e manter esta paixão.


Então, se você puder, foque na interação. Porque uma história é pra ser espalhada, comentada, falada…é pra gerar interação e conversa!

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