A gente tem falado bastante de IA. No último mês participei de uma mesa em um evento, dei uma entrevista só sobre isso para uma newsletter e estou aqui, usando meu artigo mensal, para falar do assunto, sem falar que na Comissão de Inovação e Tecnologia da CBL (Câmara Brasileira do Livro) é nossa pauta constante.
A verdade é que ainda existem muitas dúvidas quase que iniciais sobre a IA e sobre como se dá seu uso, sob o aspecto legal (quem por exemplo é o dono de um conteúdo produzido por uma ferramenta), mas também sobre o aspecto prático (que ferramenta utilizar, como e quando ela é mais útil e por aí vai).
E claro, como outro aspecto, temos as visões apocalípticas de para onde vamos com o avanço desenfreado da tecnologia e caso uma regulação e regras não forem colocadas para que o uso seja em prol de todos e não algo excludente e perigoso. Mas isso é assunto pra um outro momento.
O que quero com esse artigo é trazer minha visão sobre onde a IA está posicionada na minha cabeça e no meu uso dela. Pra isso quero de maneira ousada mudar o uso dessas duas letras: I e A. Ao invés de falarmos sobre Inteligência Artificial, quero falar sobre Instrumentos de Ajuda.
Porque pra mim, é isso que neste momento a IA representa, mais uma ferramenta de uso para muitas das atividades e tarefas do dia a dia, sejam da vida profissional, sejam das minhas tarefas pessoais.
A começar pelo fato de que a gente já usa IA muitas vezes sem nem se dar conta disso. Por exemplo, eu estou escrevendo esse artigo usando o Google Docs e em várias palavras o software já me sugere um auto-completar quando digito a primeira letra. Isso já é IA, já é uma inteligência artificial me auxiliando a ganhar tempo de digitação. Acontece a mesma coisa nos emails, no whatsapp e por aí vai.
Muitas outras coisas no nosso dia a dia, coisas que parecem simples e corriqueiras (depois que incorporamos a tecnologia como parte da nossa vida) são IA e a gente só se apropria delas, insere na rotina e começa a usar, sem grandes debates sobre o assunto.
Não quero dizer com isso que os debates não são importantes, claro que são. É essencial que a gente possa definir regras para o uso desta - e de qualquer - tecnologia, para que usos mal intencionados sejam pelo menos mitigados. É claro que precisamos deixar bem claro a quem (ou quens) pertence o direito autoral de uma capa, um texto, uma música ou qualquer outro conteúdo feito utilizando uma ou mais ferramentas de IA.
Mas acho que além dos debates, existem oportunidades: de ganho de tempo, escala, produtividade, repertório…porque no fim estamos cada vez mais buscando qualidade de vida e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Pra que isso aconteça cada vez mais, tempo é uma moeda muito, mas muito valiosa. Quanto mais eu me torno gestor do meu tempo, mais tempo tenho pra fazer o que eu quero, ficar próximo dos meus e me dedicar a outras coisas além das minhas obrigações de todos os dias.
É com esse olhar positivo - espero que não poliânico - que eu tenho encarado a IA. Como um Instrumento de Ajuda, uma caixa de ferramentas que me fazem produzir mais e melhor, otimizar meu tempo e assim me dar mais liberdade pra fazer outras coisas, qualquer coisa.
E você, acredita que a IA pode ser um aliado, ou é o início de uma era sombria e perigosa?
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