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Foto do escritorPalme

Este não é um texto de negócios (ou é)

Eu sei que você está acostumado a me ver escrever na minha coluna mensal sobre livros, conteúdo, marketing, mundo digital e tal. Mas dessa vez não…dessa vez vou tomar a liberdade de falar sobre um outro assunto, que considero tão importante quanto os negócios em si. A gente tem falado muito de IA, mas as vezes eu acho que a gente tá deixando de lado questões humanas e urgentes.


Talvez seja impossível tirar os negócios dessa equação e talvez seja inclusive por eles que a gente precise falar ainda mais desse assunto: saúde mental. Quero aproveitar o fato de que completei 39 anos semana passada, sendo 20 anos de carreira, dos quais 12 deles em conteúdo e juntar com todas as muitas discussões que tem acontecido por conta das olimpíadas e a saúde mental dos atletas…os que não foram e os que deram a volta por cima.


Aniversário é sempre um momento de olhar o que passou, o que a gente quer daqui pra frente e acho que esse equilíbrio entre o trabalho e a vida fora dele são um caminho sem volta. Minha semana de aniversário ainda acabou com um show do Natirruts, que tem letras com frases como: leve com você só o que for bom, que o verão do seu sorriso nunca acabe. Parece bobo, mas tem um impacto gigante.


Cresci em uma geração que foi abertamente motivada a trabalhar até cair, a não dormir direito (dormir é pros fracos, dorme quando morrer) e a medir o sucesso pelo tamanho da conta bancária. Isso faz cada vez menos sentido. 


A gente precisa trabalhar e se esforçar sim, sem isso nada acontece. Mas precisa saber a hora de alternar isso com algo que te nutra e te recarregue. Precisa dormir sim, pelo menos 8h por dia, porque é isso que te permite um dia produtivo e energizado. E, a gente precisa aprender a medir sucesso por outras réguas que não sejam só uma conta bancária recheada.


Junto com isso, tem o fato de que estou relendo um livro incrível, escrito pelo psiquiatra Arthur Guerra e o publicitário Nizan Guanaes, intitulado "Você aguenta ser feliz?". Que fala justamente sobre o - necessário - equilíbrio entre vida pessoal e profissional, lazer e trabalho, e por aí vai. Se você não leu ainda, leia!


Como indústria cultural, acho que chega a ser quase uma obrigação que a gente possa contribuir para ajudar as pessoas a terem mais informações, exemplos e histórias sobre a importância de olhar pra saúde mental com a mesma seriedade que se olha para um braço quebrado, um pulmão inflamado ou um coração com veias entupidas.


Mas acho que isso não se limita a levar informação, mas a olhar para nós como indústria e perceber o que mais podemos fazer. Tenho orgulho de trabalhar e ser sócio de uma empresa onde olhamos pra isso com a mesma dedicação e importância com que olhamos pras metas financeiras. Acho que já entendemos aqui dentro que empresas são pessoas…e se você não cuida delas, você está fazendo errado!


Então, por favor, se cuide! É muito fácil ser engolido por demandas urgentes, por uma rotina lotada de tarefas. Esquecer de beber água, dormir pouco, deixar o exercício físico para depois. Mas ou você tem tempo pra você, ou uma hora não vai ter você pro tempo que te resta.


Cada um tem sua maneira de fazer isso, mas é importante descobrir a sua. Seja consumido conteúdos legais, colocando um tênis e saindo para caminhar, saindo do celular mais cedo e indo dormir sem ele…são tantas possibilidades e só você vai saber a melhor pra você.


Mas uma coisa é fato: sem saúde mental não existe carreira, não existem negócios, não existe sucesso. Então no fim, esse é um texto de negócios :) 


Até mês que vem!

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